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Irreverente? C'est 3 Aircross
Irreverente? C'est 3
Com Destino: Sul

Fim-de-semana perfeito

Fugindo ao apelo óbvio das praias, partimos à descoberta de um Algarve interior. Percorremos quilómetros de paisagem serrana e de barrocal, visitámos povoações pitorescas onde as férias se fazem de História, de cozinha aromática e de mergulhos solitários na natureza, acabando a piscar o olho ao mar.

Dia 1

Lagos › Monchique › Silves › São Bartolomeu de Messines

No centro histórico de Lagos, paredes-meias com as muralhas da cidade, a Casa Mãe serve-nos de porto seguro. Mesmo nas semanas mais agitadas do Verão, este hotel boutique é um autêntico oásis de tranquilidade. Um espaço familiar que também é cosmopolita, combina o antigo e o novo, o design moderno e o artesanato português, e sendo acolhedor, tem uma área generosa de 7.000 metros quadrados. No total, são 22 quartos (num edifício moderno), cinco suites na casa senhorial e três cabanas estrategicamente colocadas entre as plantas aromáticas do jardim e da grande horta biológica que fornece o restaurante.

A mentora do projecto, uma parisiense que trocou o mundo da alta finança, em Londres, pela tranquilidade do Portugal rural, queria que este local fosse mais do que um simples hotel. Por isso, além de uma piscina triangular, café, bar e restaurante, a Casa Mãe tem oficinas de culinária, agricultura e artesanato, cinema ao ar livre, aulas de ioga, uma concept store onde estão à venda livros, revistas, roupa, chás e vários objectos de artesãos e marcas nacionais. No fundo, um porto de abrigo, onde turistas e locais são convidados a entrar.

Casa Mãe
Pequeno almoço na Casa Mãe

Sair deste refúgio é mais difícil, mas acabamos por fazer-nos à estrada em direcção à serra de Monchique. À medida que avançamos pela EN 266 entramos num outro Algarve, feito de fontes, ribeiras e cascatas de água límpida, por entre pinheiros, medronheiros e castanheiros e tradições que teimam em manter-se vivas. Pelo caminho, passamos o Parque da Mina. Aqui pode visitar-se uma mina desactivada, uma destilaria de medronho e uma carvoaria, uma quintinha com animais e até pode levar o farnel, para aproveitar a zona de piqueniques.

Na pacata Caldas de Monchique, povoação cuja identidade está intimamente associada às propriedades curativas das suas águas, o complexo Villa Termal dispõe de cinco hotéis com oferta turística de saúde mas também de bem-estar e beleza, garantindo sobretudo um revitalizante contacto com a natureza. E inesperado para quem chega do litoral. Rendidos à paisagem de um verde luxuriante que nos envolve e abraça, agradecemos a grande superfície em vidro do tejadilho deslizante panorâmico do Citroën C3 Aircross.

C3 Aircross

Saímos das Caldas de Monchique em direcção a Monchique, que se localiza entre dois maciços, o da Fóia e o da Picota, bem no coração da serra. Na berma da estrada que vai para Alferce, pare para ver um carvalho-de-monchique (Quercus canariensis). Espécie endémica da região, é um tesouro esquecido do património nacional natural e uma das duas árvores autóctones maiores do País. Calcula-se que tenha cerca de 160 anos!

Já na vila espreite as várias casas de artesanato onde poderá comprar as famosas cadeiras de tesoura, cestos de vime e admirar os trabalhos em barro e cerâmica. E se lhe der para ir mesmo às compras, não se esqueça de levar uns frascos de mel da serra de Monchique e a famosa aguardente de medronho, um dos ex-líbris da zona. Também emblemáticos são os enchidos como o mólhe (confeccionado a partir de carne e sangue de porco, arroz, cominhos, hortelã, salsa), a farinheira de milho, a morcela de farinha e a chouriça, que até têm direito a uma feira anual. Muitos destes produtos servem de ingredientes a pratos da gastronomia local, que pode apreciar em restaurantes como A Tasca do Petrol, excelente representante da cozinha serrana, situado em Marmelete.

Para a despedida, suba até à Fóia, o ponto mais elevado da serra de Monchique, a 902 metros de altitude, com vista para o Algarve e Alentejo, num horizonte de mar e serra.

Castelo de Silves
Sé Catedral

Descemos em direcção a Silves, outrora a mais importante povoação algarvia, com tanto de moura como de cristã. Estamos nas Portas da Cidade que davam acesso à rua principal, a antiga Rua Direita que conduzia à Mesquita Maior e à alcáçova. Agora basta passar sob o arco do torrão para dar de caras com o Centro de Interpretação do Património Islâmico, onde funciona o posto de turismo, o Museu de Arqueologia, a Igreja da Misericórdia e a Sé Catedral, edificada com grés vermelho da região, um dos mais belos exemplares góticos do País.

Subimos as ruas estreitas e íngremes de casas caiadas em direcção ao castelo, o maior do Algarve, com 11 torres e um total de 12 mil metros quadrados. Nas ruas agora desertas não se adivinham as enchentes da Feira Medieval que durante 10 dias de Agosto faz recordar que esta foi a capital do Reino do Algarve / Al-Gharb.

Vindos de Silves pela EN 124 chegamos a São Bartolomeu de Messines, vila situada num vale fértil na vertente meridional do Penedo Grande, na serra do Caldeirão. Além de várias lojas de artesanato com produtos de couro, barro, ferro, latão, tábua e trapos, encontramos aqui um marco inusitado: a Casa-Museu João de Deus que nos dá a conhecer a vida e a obra de João de Deus, poeta e pedagogo, autor da Cartilha Maternal.

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As pitorescas ruas de Lagos
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O arvoredo é presença constante no caminho que liga a Monchique
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O artesanato típico da zona de Monchique
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As muralhas do castelo de Silves, outrora capital do Algarve
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Em Faro encontra ruas animadas e circuitos reservados aos peões
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A ria Formosa é fonte de uma grande variedade de fauna e flora, específicas da região
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A praia de Cacela vista a partir da muralha
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Castro Marim e o seu castelo de origem árabe

Dia 2

São Brás de Alportel › Faro › Parque Natural da Ria Formosa › Tavira › Castro Marim

Entre o mar e a serra, chegamos à vila de São Brás de Alportel. Ao olhar de perto as casas caiadas de arquitectura popular e casas apalaçadas dos antigos industriais e comerciantes da cortiça, com fachadas cobertas por azulejos, cantarias lavradas e varandas de ferro, entendemos facilmente por que motivos os forasteiros morrem de amores pela terra.

A partir do adro da Igreja Matriz, construção original do século XVI, observamos o Barrocal Algarvio, emoldurado por pomares de laranjeiras, figueiras, amendoeiras, medronheiros e alfarrobeiras. Procuramos o caminho estreito que vai dar à Calçadinha, uma via romano-medieval, testemunho dos primeiros fluxos mercantis na zona. Logo ao lado, está o Jardim do Episcopado também conhecido por Verbena, e o Palácio Episcopal, construído entre o século XVI e o XVIII para os bispos do Algarve, onde hoje está instalado o Centro de Artes e Ofícios.

Mais uns passos e estamos no Museu do Traje que, além de uma colecção de indumentária histórica, dá o enquadramento geral de toda a relação ancestral entre o Homem e o sobreiro. Pelo caminho, faça uma pausa na Casa da Barreira, um café/mercearia que vende produtos tradicionais, de licores, doces, azeite, mel e ervas aromáticas a cestos e peças… em cortiça, pois claro! Depois, se quiser observar mais de perto o património natural da região, sugerimos que pegue num dos itinerários da Rota da Cortiça e se aventure pelas estradas que conduzem a Loulé, ao Barranco do Velho ou a Tavira. Nós seguimos para Estói, a escassos 10 quilómetros de Faro.

O antigo palácio de estilo rococó, que pertenceu ao visconde José Francisco da Silva, é hoje a Pousada Palácio de Estói, gerida pelo grupo Pestana. Um small luxury hotel com salões repletos de frescos, estuques, frisos em madeira e algum mobiliário de época detentor de um grande jardim ao estilo de Versalhes, com direito a fontes e pavilhões de chá. A piscina, bem integrada na paisagem, oferece uma vista até à linha do horizonte.

Sé de Faro
Plácio de Estoi
Estoi

Capital do Algarve desde 1756, Faro merece uma visita atenta, o que nem sempre acontece, dado o chamariz das praias vizinhas. Do Arco da Vila, construído sobre uma das antigas entradas da cidade na época islâmica, ao Museu Municipal, passando pela Igreja Nossa Senhora do Carmo e a sua Capela dos Ossos, são vários os locais de interesse, mas é quase impossível não acabar a percorrer a muito animada Rua de Santo António, uma artéria pedonal, pavimentada com calçada portuguesa, repleta de lojas e restaurantes, e que desemboca no Jardim Manuel Bívar. Passamos no Largo da Sé e não resistimos a subir à Torre da Sé Catedral (erguida em 1251, após a reconquista cristã) de onde se avista a vasta paisagem de sapal, canais e ilhotas que dão o mote para o próximo troço da nossa aventura por terras do Sotavento algarvio.

O Parque Natural da Ria Formosa estende-se praticamente por toda a costa desde a península do Ancão até à Manta Rota. São 18 mil hectares de um sistema lagunar com grande variedade de habitats: ilhas-barreira, sapais, bancos de areia e de vasa, dunas, salinas, lagoas de água doce e salobra, cursos de água, áreas agrícolas e matas, constituindo um ecossistema muito particular, onde um número muito elevado de aves procura abrigo no Inverno, sem contar que vivem ali espécies ameaçadas de extinção – como o caimão-comum e o camaleão.

E se é verdade que existem vários percursos pedestres acessíveis, aguarda-nos uma boa surpresa: o ICN – Instituto de Conservação da Natureza tem delineado um itinerário automóvel pelo Parque Natural da Ria Formosa. É um percurso linear de 60 quilómetros através da EN 125 entre Faro e Cacela Velha, com curtos desvios em Olhão (cidade de pendor mourisco e uma população de pescadores muito dependente da ria) para visitar o Centro de Educação Ambiental de Marim, que alberga a sede do parque natural, um moinho de maré, vestígios arqueológicos, infra-estruturas de apoio à observação de aves e habitações tradicionais recuperadas. Não muito longe, está o Centro de Reprodução e Criação de Cães d’Água e o chalet do poeta João Lúcio que, a par da Quinta da Regaleira em Sintra, é um raro exemplar da arquitectura simbolista em Portugal. Aguçados pelo apetite da descoberta, antes de chegar à encantadora e histórica cidade de Tavira com as suas casas de telhados em triângulo e cantarias lavradas, ainda paramos em Torres de Aires, onde existe um dos últimos redutos de um sistema defensivo contra a pirataria moura que assolava a costa algarvia.

Ria Formosa

O itinerário automóvel pelo parque natural termina em Cacela Velha na extremidade nascente da paisagem lagunar. Dominando o oceano, o baluarte desta aldeia constituiu desde o período romano um ponto de vigilância e defesa da orla costeira algarvia. A praia de Cacela, mesmo em frente, já foi considerada uma das mais belas do mundo. Tem acesso pedonal a partir da Manta Rota, mas é mais cómodo (e rápido) fazer a travessia nos barcos de pescadores (que na época alta assumem o papel de “balseiros”) a partir do Sítio da Fábrica. É uma língua de areia branca que serve de barreira natural ao avanço do mar, e cujo lado paradisíaco já começa a perder algum encanto no pico do Verão.

Vamos acabar o dia à Companhia das Culturas, um ecoturismo sustentável e orgânico, com 40 hectares de pinheiro-manso, cortiça e alfarroba, damasco e figo, azeite e laranja, um hamam e apenas 13 quartos. Um lugar de contemplação e descanso silencioso a dois passos da praia Verde e também de Castro Marim, vila guardada por um castelo de origem árabe, classificado como Monumento Nacional, e um forte setecentista. Lá do alto, as vistas sobre o casario, as serranias e a Reserva Natural do Sapal embalam-nos a memória destes dias. O que mais poderíamos desejar para este fim-de-semana perfeito?

Com Personalidade

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